O iniciativa fundada em 2019 envolve propriedades de sete cidades de Minas e São Paulo - Foto: Divulgação
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Dona de uma área que corresponde a mais de 5.277 quilômetros quadrados, distribuída entre diversos município de Minas Gerais e São Paulo, a sub-bacia Hidrográfica do Rio do Peixe beneficia diretamente milhares de pessoas, contribuindo para o abastecimento urbano e rural de diversas cidades por meio do rio e de seus afluentes.

Apesar da importância da Bacia para a manutenção de atividades em dezenas de municípios, desde a década de 1970, as nascentes e a biodiversidade da área vêm sendo ameaçadas, como reflexo da intensificação da agricultura, especialmente com a expansão da cultura da cana-de-açúcar na região, que resultou em desmatamentos significativos e no aumento do uso de agrotóxicos.

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Nesse cenário, em 2019, uma parceria entre as instituições globais Sylvamo e o WWF-Brasil, executada pela Associação Ambientalista Copaíba, deu início à atuação do programa Raízes do Mogi Guaçu na região da sub-bacia Hidrográfica do Rio do Peixe, cujo objetivo está em identificar, recuperar e restaurar nascentes e áreas de interação entre vegetação, solo e o curso d’água da região do rio.

Em seis anos de atuação na área, celebrados no último mês de dezembro, o projeto possui 225 hectares de área em processo de restauração ecológico, com o plantio de 282.600 mudas, contribuindo para a proteção de 115 nascentes e 4 mil metros de margem de rio, conforme aponta o levantamento mais recente realizado pela Copaíba.

Segundo Ana Paula Balderi, Coordenadora da Restauração Ecológica da Copaíba, 76 córregos estão sendo protegidos pela iniciativa, totalizando 21.238 metros de margem em processo de restauração. A meta é até 2026 mais de 480 hectares de áreas degradadas se tornarem florestas. “Estamos plantando árvores nativas da Mata Atlântica e desde o início nestes 6 anos de programa estamos com a parceria de 71 proprietários de terra nos Municípios de Águas de Lindóia, Itapira, Serra Negra e Socorro no estado de São Paulo e na cabeceira do Rio do Peixe estão os municípios mineiros estão Bueno Brandão, Monte Sião e Munhoz totalizando sete municípios que participam do programa”, explica a integrante da Copaíba.

Para alcançar esses resultados, o programa conta com o apoio de proprietários de terra, cujos terrenos estão inseridos na área da sub-bacia. Os apoiadores atuam pela restauração de áreas estratégicas e recebem diversos benefícios, promovidos pelo Raízes do Mogi Guaçu, que vão desde a doação das mudas nativas, insumos para o plantio e aporte técnico no plantio até a oferta de materiais para o cercamento de nascentes, córregos e rios.

De acordo com a coordenadora do projeto, o Raízes do Mogi Guaçu é um programa aberto à participação do público e pretende ampliar suas ações em nove cidades abastecidas pela Bacia Hidrográfica. “Donos de terrenos nos municípios Águas de Lindóia, Lindóia, Itapira, Serra Negra e Socorro, do estado de São Paulo, e Bueno Brandão, Bom Repouso, Senador Amaral, Monte Sião e Munhoz, do estado de Minas Gerais, podem contribuir para recuperar e conservar nascentes, entrando em contanto com a Copaíba”, explica.

O canal de contato para integrar o Raízes do Mogi Guaçu é o whatsapp: (19) 99667-0229. Para saber mais sobre o programa, acesse: https://copaiba.org.br/restauracao-florestal/.

Criada em 1999 por um grupo de amigos que se preocuparam com a degradação da Mata Atlântica no município de Socorro (SP), a Associação Ambientalista Copaíba é uma organização sem fins lucrativos, qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e que atua em 19 municípios da região leste do Estado de São Paulo e sul de Minas Gerais.

Atualmente, a associação promove projetos e programas de restauração ecológica; produção de mudas nativas; iniciativas de educação ambiental e participação em políticas públicas. Ao todo, são mais de 4 milhões de mudas produzidas, 380 proprietários parceiros, 713 hectares restaurados e 40 mil participantes das vivências de Educação Ambiental.