
Cumprindo agenda que tem percorrido diversas cidades do estado de São Paulo, a força-tarefa da Secretaria de Estado da Saúde esteve em Mogi Guaçu nesta quinta-feira (27) para conferir as ações realizadas na cidade e propor estratégias para o enfrentamento da dengue.
Além das conversas com a secretária de Saúde de Mogi Guaçu, Kelly Cristina Camilotti Cavalheiro, e outros dirigentes locais, também atenderam a imprensa pontuando o cenário observado e as projeções para os próximos meses em relação a doença na cidade.
Acompanhe o Guaçu Agora nas redes sociais: curta a página no Facebook e siga o perfil no Instagram
Atualmente com 4.895 mil pessoas positivadas para dengue para cada grupo de 100 mil habitantes, a taxa local de incidência da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti é mais de 12 vezes superior à taxa estadual. Os números guaçuanos absolutos chegaram nesta quinta-feira a 7.565 casos confirmados.
E um dos motivos indicados pela assessora técnica em saúde pública do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, Nathalia Franceschi, é a circulação do sorotipo 3 da dengue.
Um dos sorotipos da doença que há tempos não circulava nas cidades paulistas e que em razão disso acaba tento uma parcela alta da população sem imunidade.
“Já foi visto aqui (em Mogi Guaçu), foi apresentado na reunião e é uma característica do estado de São Paulo como um todo. É um sorotipo 3, que não circula há tempo com a magnitude que estamos vendo. Sempre quando se tem a dormência de um sorotipo e ele ressurge, você tem toda uma população suscetível. Então esta explosão do número de casos é por conta de um novo sorotipo”, afirmou a assessora técnica.
Outra questão citada pela integrante da força-tarefa é a importância do envolvimento direto da população no combate aos criadouros do Aedes, com vistorias semanais nas residências para eliminação dos pontos de água parada e também permitir o acesso dos agentes aos imóveis.
De acordo com Nathalia, hoje a taxa de acesso aos imóveis guaçuanos está entre 50% e 55%, inferior à média estadual que é e aproximadamente 60%. “Infelizmente não (é apenas em Mogi Guaçu), isso é uma realidade do estado como um todo. (taxas de) Pendências altíssimas. Aqui em Mogi Guaçu riga em torno de 45% a 50%. No estado de São Paulo, é 40% a 42%, em média. Isto somando imóveis fechados ou recusas, quando a pessoa está em casa, mas não permite o acesso do agente de controle de endemia”, detalhou.
Uma alternativa proposta apresentadas pelos membros da força-tarefa e a realização de ações em dias e horários diferenciados.
A profissional destacou que é necessário intensificar as ações para a eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, e ressaltou que a contribuição da população é fundamental para reverter o cenário. “Precisamos muito da adesão da população, porque quase 80% dos criadouros estão dentro das residências. São medidas simples e necessárias para eliminarmos o mosquito. Não existe outra forma”, ressaltou.
A secretária de Saúde falou sobre a criação dos Postos Sentinelas para atendimento exclusivo dos pacientes com suspeita e confirmação de dengue, na UBS do Guaçu Mirim e na UBS do Zaniboni I, assim como a realização de mutirões de limpeza em parceria com outras Secretarias, as nebulizações costal e veicular e as visitas de bloqueio.
Kelly disse que a equipe vai promover um novo cronograma de trabalho visando atingir os imóveis fechados no município.“O Estado nos ajudará com os insumos e o valor recebido para o combate à dengue vamos disponibilizar para a contratação de equipes e o que mais for necessário para termos uma estrutura eficaz para o trabalho que tem sido feito em toda a cidade”, comentou ao informar que uma das sugestões seria a mudança de horário das visitas, incluindo os finais de semana.