Desde o início deste ano, a Câmara Municipal está sob a presidência do vereador Jéferson Luís (PSDB), que assumiu oficialmente a função a frente da nova composição da Mesa Diretora durante cerimônia realizada na quinta-feira (05).
Em seu terceiro mandato e tendo encarado a disputa pela cadeira principal do Legislativo pela primeira vez, o parlamentar deverá ter pela frente um período de menos harmonia no plenário, com os ânimos políticos mais aflorados conforme as eleições municipais se aproximem.
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Contudo, assim como já mostrou em outras ocasiões, Jéferson aposta no diálogo que mantem com todas as frentes políticas da Casa para que as ações relacionadas à Câmara possam seguir seu rito normal.
O novo presidente recebeu a reportagem do Portal GuaçuAgora, e, numa breve entrevista, falou de seus planos e propostas para este biênio 2023/2024.
O presidente antecipou que tem alguns projetos e pretende dividi-los com os demais vereadores, além de buscar apoio a eles junto ao Executivo e também com Estado e União.
Confira a seguir alguns dos principais pontos da entrevista:
GuaçuAgora: Você está ciente que assumir a presidência da Câmara na segunda metade da legislatura é uma tarefa árdua?
Jéferson: Sim. Eu acredito que a presidência é uma grande responsabilidade, é uma missão que me foi outorgada pelos demais vereadores, a qual sou muito grato. Mas acima de tudo honrosa e por isso vamos trabalhar dia e noite para tentar atender as expectativas. Queremos fortalecer ainda mais o Legislativo, garantir o máximo apoio aos vereadores para que eles possam desenvolver ainda melhor seu papel. Procurar manter a união em torno da Casa para que possamos desempenhar um trabalho bem feito para nossa população, que é ponto que une todos os vereadores. Nós podemos divergir de opiniões, falei isso na cerimônia de instituição da Mesa Diretora, podemos e devemos divergir. Mas temos de ter o ponto em comum que é o amor por Mogi Guaçu.
GA: Nesta primeira parte do atual mandato, houve uma harmonia plena e os vereadores pouco externaram suas posições políticas no âmbito local. Você acredita que a partir de agora estes posicionamentos irão se aflorar?
Jéferson: É um processo natural. No começo estávamos vivendo um momento de uma administração nova, um prefeito que havia assumido o governo a pouco tempo, alguns vereadores recém chegados. Todos estavam sentindo o ambiente e comecem a dar personalidade ao seu mandato. Nós iremos trabalhar com extremo respeito a todas as opiniões e posições políticas.
GA: Pela vivência que você tem na política local, imagina que haverá quantas correntes da política local na Câmara daqui para frente?
Jéferson: Uma previsão com base num número é difícil fazer. Mas com certeza absoluta teremos mais de uma, muitas coisas podem acontecer e é natural que isso ocorra, afinal são 11 vereadores e vereadoras. Mas entendo que teremos situações distintas, alguns projetos que serão aprovados por unanimidade por que haverá o entendimento que ele é bom para a cidade, e outros onde teremos algumas divergências. Aqui é a casa do debate.
GA: Você já viveu situações assim no passado. Esta experiência vai te ajudar a saber como li dar com elas, quando surgirem?
Jéferson: Muito. Eu estou no terceiro mandato, nunca havia disputado a presidência da Câmara. Foi a sexta eleição da presidência que vivenciei e sempre preferi apoiar outros concorrentes. Penso que acertei em muitas coisas e errei em outros, então, com muita humildade, ou ouço a população e recebo muito feedback por parte dela. Ouvir a população nos ajuda a amadurecer. Por tudo isso, creio que esta vivência vai me ajudar.
GA: A antecipação da eleição (da mesa diretora) acabou gerando desconfianças, mas você afirmou que não iria interferir na presidência em exercício, e cumpriu. Ter honrado este compromisso e outras situações onde respeitou o que havia dito, vai te ajudar no debate e diálogo com os demais vereadores?
Jéferson: Eu acredito que sim. Sempre disse que a matéria-prima da política é o diálogo, ninguém é obrigado a falar, mas depois que fala tem o dever de cumprir. Foi assim nas minhas campanhas eleitorais, sempre tive muita cautela em chegar num bairro e dizer que aquilo seria feito, sempre explico que a Câmara Municipal não executa, nós solicitamos, somos parceiros. Então, sempre que alguém me pede algo, eu digo que pode contar comigo para lutar, mas não é o vereador que executa. Com muita verdade eu trato a população e com muita verdade é o meu trato com os vereadores. Eles sabem disso e tenho plena que isto fará diferença. A antecipação só foi pedida em razão das eleições gerais que viriam pela frente e poderiam gerar alguns atritos em razão disso. Nós só quisemos evitar este tipo de desgaste.
GA: A população tem cobrado os vereadores sob alguns aspectos e o presidente talvez seja mais cobrado em razão da visibilidade. Como você irá encarar estas cobranças?
Jéferson: Com seriedade, compromisso, responsabilidade e toda ciência do ônus e do bônus que o cargo traz. A função de presidente exige isso e estamos dispostos a trabalhar muito, até para trazer toda clareza com a população e os vereadores.
GA: Ao final de 2024, qual o legado você quer deixar nesta sua passagem pela presidência?
Jéferson: Eu já destaquei três palavras na cerimônia de instituição de Mesa diretora: força, trabalho e união. Eu acredito que isso estará comigo nesta gestão à frente da Câmara e acredito que isso ajudará a ter força e credibilidade junto da população. Que o guaçuano entenda que o Legislativo existe para servir Mogi Guaçu. Eu sempre tive muita ciência disso e o trabalho em prol a nossa cidade é o que nos move.
GA: Você sempre teve uma relação de confiança e respeito com o prefeito Rodrigo Falsetti. Isso torna a tarefa na presidência mais fácil ou esta proximidade pode fazer com que a população misture as atribuições dos dois poderes?
Jéferson: Eu tenho uma relação de amizade, de confiança e muito respeito com o prefeito Rodrigo Falsetti, tive a honra de ser vereador junto com e o apoiei politicamente. Ao meu ver, Mogi Guaçu vive um grande momento, político, administrativo e econômico, em grande parte por que o prefeito foi vereador. Então ele entende o papel dos vereadores entende as cobranças que cada um recebe e diante de tudo isso, ele trabalha para ser um parceiro. Portanto, eu vejo isso como muito positivo e que só vem para somar.
GA: O prédio do Legislativo ainda necessita de algumas melhorias estruturais. Recuperar a Câmara como prédio público, está entre seus planos?
Jéferson: Ela é a casa do povo, é um patrimônio da nossa população. E uma das nossas metas é oferecer condições para que os vereadores possam desempenhar suas funções e a população ser bem recebida. Temos algumas situações que precisam ser resolvidas e iremos listar elas como urgente, necessário e essencial.