O Sindicato dos Metalúrgicos de Mogi Guaçu se manifestou formalmente na tarde desta quinta-feira (16) sobre as demissões ocorridas na segunda-feira (13) na unidade local da Mahle. Através de nota assinada pelo presidente Marçal Georges Damião, a entidade de classe contabilizou um total de 230 funcionários desligados – número inferior ao divulgado inicialmente de maneira extraoficial pelas redes sociais.
A metalúrgica que conta com aproximadamente 3 mil trabalhadores já havia dado férias coletivas para cerca de 90% de seu quadro. Na segunda-feira, com o retorno dos funcionários, vários receberam a informação do desligamento. Rapidamente as informações a respeito das demissões ganharam as redes sociais, porém de forma extraoficial.
Ainda na segunda-feira a reportagem do GUAÇU AGORA buscou dados oficiais junto ao Sindicato e da própria Mahle. Porém não obteve nenhum posicionamento.
Nesta quarta-feira Marçal confirmou que as demissões totalizaram um número inferior a veiculada nas redes sociais. “Infelizmente o número total de demitidos no início da semana é de 230 funcionários, mas o total é bem menor do que o que vinha sendo divulgado nas redes sociais”, afirmou o sindicalista.
De acordo com a contagem do Sindicato, entre os trabalhadores desligados da empresa 80 estavam eram recém contratados e estavam em período de experiência e outros 15 já estão aposentados. Além disso, outra parte dos dispensados haviam aderido ao PDV (Plano de Demissão Voluntária) e se enquadraram nos critérios fixados.
A entidade salientou que já vinha acompanhando com preocupação os reflexos da pandemia do coronavírus (Covid-19) e já havia lançado mão de vários recursos para evitar demissões. Em razão disso acolheu a concessão de duas férias coletivas consecutivas e mudanças combinadas de horários de trabalho. “Desde a chegada da pandemia ao Brasil, a Mahle teve 97% de seus pedidos cortados, sendo que os 3% que continua produzindo é exclusivamente para exportação”, detalhou a nota assinada por Marçal.
O Sindicato adiantou ainda que fechou acordo com a empresa para suspensão temporária do contrato de trabalho de 1,35 mil funcionários por 60 dias, com base no Lay Off. “A princípio seriam abrangidos 1,65 mil funcionários, mas a diretoria da entidade conseguiu a significativa redução desse total”, destacou a entidade. Afirmou ainda que o período de Lay Off pode ser estendido caso necessário.
Pelas regras do programa, o trabalhador vai ter 30% do salário sendo pago pela empresa e poderá sacar, inicialmente, pelo menos duas parcelas do Seguro Desemprego, que serão abatidas a qualquer momento de utilização do benefício. No entanto, os trabalhadores enquadrados no Lay Off terão a estabilidade pelo menos no mesmo em que permanecerem afastados.
“Nós ficamos chateados em ver companheiros sendo dispensados e em termos que adotar medidas que afetam bastante os integrantes do setor metalúrgico de nossa cidade. Mas infelizmente a pandemia do novo coronavírus está afetando o mundo todo e em nosso país está prejudicando todos os segmentos da economia e da sociedade. De nossa parte, toda nossa diretoria segue empenhada em evitar novas demissões e outras perdas maiores para nossos trabalhadores. E seguimos pedindo a Deus que todo esse pesadelo acabe o mais rápido possível e possamos ver nossos companheiros e todos os brasileiros retornando aos seus empregos e retomando suas rotinas diárias. Se Deus quiser, isso logo vai passar”, enfatizou o presidente.