Silva apela para sensibilidade na esperança de um emprego (Foto: Clodoaldo Babão)
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Pai de cinco filhos com idade entre 7 anos e 11 meses e há três anos sem saber o que é ter um emprego formal, o desempregado Rafael Guilherme da Silva, 28 anos, tem apelado para uma medida desesperada a fim de garantir o sustento da família. Nos últimos dias tem deixado em locais de grande movimentação da cidade uma placa com os dizeres: “Sou pedreiro, pintor, mas, estou desempregado tenho 5 filhos pequenos preciso de um serviço urgente por favor, me ajude (sic)”.

A mensagem acompanhada do número de telefone de sua esposa, foi avistada no último final de semana e uma das rotatórias da Avenida dos Trabalhadores. Segunda parada da placa pintada à mão em um pedaço de tábua, que inicialmente chegou a ser exposta no Jardim São Carlos, bairro onde mora com a esposa e os cinco filhos pagando aluguel de R$ 550 por mês numa casa bastante modesta.

E conforme ele mesmo definiu, foi a alternativa encontrada para acabar com a espera por um emprego com carteira assinada que já completou três anos. “Meu último emprego (formal) foi como pedreiro. Desde que sai já mandei uns 120 currículos para tudo que é tipo de trabalho, mas até agora nada. Foi uma alternativa que encontrei de enfim conseguir um emprego e seguir agindo de forma honesta por que tenho meus filhos que necessitam de mim”, afirmou Silva.

Casado há dez anos, hoje a única renda fixa da família é o benefício do programa Bolsa Família, insuficiente até mesmo para arcar com o aluguel da casa onde moram as sete pessoas da família. O restante da renda que ainda mantem o teto e serve para colocar comida na mesa vem dos bicos que volta e meia aparecem. “Faço alguns bicos de pedreiro e pego reciclado, mas ultimamente o que mais tenho feito é carpir quintal. É disso que tiro o que falta para pagar o aluguel e tento pôr o que comer em casa. As contas a gente vai empurrando e pagando como dá. É vender o almoço pra comprar a janta todos os dias”, relata.

A placa exposta no último final de semana amenizou o drama da família. O telefone tocou no domingo com uma oferta de trabalho temporário. “Um senhor ligou e ofereceu um serviço, mas disse que é temporário, por alguns dias. Já fui hoje (segunda-feira)”, contou.

Antes disso, chegou a ser vítima de um golpe. Um homem telefonou oferecendo trabalho, mas sumiu sem pagar Silva pelo serviço feito. “Ele telefonou, eu fui trabalhei uns dias, mas depois ele desapareceu sem me pagar. Fiquei desesperado”, relatou.

Mas o sonho de Silva é que a forma inusitada e desesperada encontrada de acabar com o drama do desemprego possa resultar na obtenção de uma vaga formal ou até mesmo o emprego de caseiro para cuidar de alguma chácara, sítio ou fazenda. “Acho que hoje, um serviço de caseiro seria até mais bem-vindo por que tiraria a gente do aluguel e tanto eu quanto a minha esposa poderíamos trabalhar com as crianças por perto. Mas um emprego de pedreiro, pintor ou ajudante, com carteira assinada também seria muito bom”, disse.

Aqueles que quiserem de alguma forma fazer contato com Silva podem ligar no telefone estampado na placa, o (19) 98764-2458.